sábado, 31 de outubro de 2015

O Sertanejo Universário e Sua Modernização











Iniciado em 1920 e focando apenas na viola e violão, o sertanejo mudou em alta intensidade no novo milênio. O surgimento de um novo ritmo, acompanhado por letras que visam a ostentação, mulheres, carros e luxo, trouxe novos requisitos para os cantores.

Para exemplificar a modernização do sertanejo, podemos pegar como base a revolução industrial, que, se resumida foi uma mudança do trabalho artesanal e rústico para o uso de máquinas e serviço assalariado. No sertanejo de raiz tínhamos mais simplicidade, sem total foco em realizar sucesso nacional e com tecnologia inferior em relação aos dias atuais, dificultando o contato do cantor/compositor com o público em geral. Já com a criação do sertanejo universitário (coincidentemente ou não) veio a tecnologia, com novos computadores, redes sociais, e com isso possibilitando contato mais fácil com o consumidor. Assim, para envolver o gosto do ouvinte, vieram as músicas de ostentação, focando no que na verdade a maioria das pessoas não podem ter, mas que acabam captando o estilo dito nas músicas para si, justamente visando serem aceitas no ambiente em que estão envolvidas.


Sobre os requisitos necessários para ser reconhecido como um cantor sertanejo universitário, a mudança foi total se compararmos com a raiz do gênero, que focava apenas na simplicidade de um interiorano com chapéu, camisa xadrez e bota. No estilo atual, ter um bom corpo, algumas tatuagens espalhadas pelo corpo, camisa colada e um corte de cabelo são aspectos importantes para se obter sucesso. Porém, a padronização e a facilidade de ingresso para cantores acabam tirando rápido quem está no sucesso. Se Chitãozinho & Xororó, Sérgio Reis e Tonico & Tinoco estão eternizados, ídolos da atualidade como Luan Santana e Lucas Lucco estão trabalhando incessantemente no marketing, de modo que consigam ficar no pódio e não serem ultrapassados por outras novas “celebridades”.

Por Danilo Martins

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